Não lhe vamos dar flores porque não gosta de receber flores, porque é demasiado cliché, porque é falta de imaginação.
Não gosta de chocolates, porque é demasiado cliché, porque é falta de imaginação.
Perguntei à Ana o que gostava de oferecer à mãe e construímos juntos uma espécie de cápsula de sobrevivência maternal dentro de uma moldura. Elevámos o desafio a níveis tão metafísicos que, quem olha para a moldura, fica a achar que aquilo não tem jeito nenhum.
A mãe achou o mesmo. Olhou para a prenda com de desdém, vestiu o seu melhor sorriso amarelo e disse-me entre dentes:
"Ao menos umas flores ou uns chocolatinhos básicos, não?"
(Mas alguém compreende as mulheres?)