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Em nome do Pai

Paternidade na ótica do utilizador.

Em nome do Pai

Paternidade na ótica do utilizador.

Sobre a mudança...

“Pai, sabes que hoje faz um mês que comecei a escola nova?” diz a Ana a sorrir ao bater com estrondo a porta do carro quando a fui buscar à escola. “Boa!” é a única frase que consigo dizer ao olhar pelo espelho retrovisor para aquela que trouxe tantas mudanças e emoções na minha vida no curto espaço de tempo de um mês.

Setembro foi um mês de mudanças, ou da MUDANÇA. A passagem de ciclos no percurso académico dos nossos filhos (no caso da Ana para o 5º ano) tem sempre impacto na vida de uma família: os horários que se alteram para dar resposta a um novo quotidiano, as rotinas que se ajustam de acordo com novas necessidades, as relações que se estabelecem ou que se perdem numa nova dinâmica. E, por vezes, estas mudanças causam angústia, ansiedade ou mesmo medo tanto nas crianças como nos pais, porque viver em família é isto mesmo: um conjunto de pessoas que partilham um conjunto de relações sobretudo emocionais e afetivas.

Os sentimentos que estão subjacentes à mudança podem até ser negativos. Mas enquanto pais e educadores temos a “missão” de os tornar aspetos positivos: verbalizar as emoções e falar sobre o porquê de nos sentirmos de uma forma ou outra ajuda a descodificar a angústia; estruturar com os nossos filhos um quotidiano, delinear um plano A ou B ou C e sobretudo pensar em conjunto em soluções apoia a desconstruir a ansiedade; mostrar que temos sempre um colo disponível e que nos temos uns aos outros para o caso em que tudo falha protege contra o medo.

E amanhã de manhã, quando vir a Ana a correr para a escola, braços no ar para equilibrar uma mochila quase tão pesada quanto ela, pensarei que mais do que apoiar a Ana na gestão da mudança, cumpri a mesma “missão” comigo próprio enquanto pai.

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