Como escolher a creche/jardim de infância do meu filho?
Por esta altura a maioria dos pais dos mais pequenos ou já encontrou ou encontra-se à procura de uma "escola" (creche/jardim de infância) para integrar os filhos no seu percurso escolar.
Os critérios de escolha do equipamento educativo são pessoais e dependem do que cada pai valoriza. Não podemos esquecer que há ainda pais que, devido a múltiplos factores (falta de opções disponíveis na área de residência, proximidade do local de trabalho, orçamento limitado, etc.) não têm um leque de opções variado e acabam por seleccionar, não tendo em conta critérios que valorizam, mas as únicas opções que têm ao seu dispor.
O que aconselho aos pais que me procuram? 5 dicas do psicólogo (com uns pózinhos de experiências positivas/menos positivas do pai):
1- Sinta o ambiente
Quando chegamos à escola que queremos que seja o espaço do dia-a-dia dos nossos filhos devemos sentir-nos bem e confortáveis. Se há escolas onde nos sentimos observados, tensos, desconfortáveis, onde não nos revemos no ambiente, nas pessoas que ali trabalham, nos trabalhos expostos. nas metodologias utilizadas, deveremos questionar-nos se os nossos filhos (educados por nós e que partilham connosco o mesmo tipo de ambientes do dia-a-dia) não se sentirão igualmente desconfortáveis.
2- Faça todas as questões que considera necessárias
Quando visitar as escolas faça todas as perguntas que considera importantes para si (se não se sentir à vontade para questionar, esse não é um bom indicador à partida), pergunte tudo aquilo que considera relevante que aconteça no dia-a-dia do seu filho e tente encontrar uma escola que responda às necessidades dele ao invés de tentar, posteriormente, que o seu filho encaixe nos pressupostos da escola (por exemplo, no nosso caso era essencial que a hora da sesta fizesse parte da rotina do jardim de infância da nossa filha pois ela tem essa necessidade biológica e que não houvesse um foco na escolarização precoce pois acreditamos, acima de tudo, na importância da educação não formal nestas idades). Pergunte, pergunte, pergunte. Para poder fazer uma escolha ponderada e sustentada.
3- Observe as outras crianças que já frequentam e a forma como interagem no espaço
Quando olha para as crianças que já estão integradas na escola que estiver a visitar considera que têm as características que projecta no seu filho daqui a um ano? Têm um semblante feliz? Exploram o espaço físico sem constrangimento e com manifesto à vontade? Demonstram carinho para com as educadoras/auxiliares?
4- Fale com outros pais. E outros filhos.
Procure, junto da sua network, referências de outros pais cujos filhos frequentem diferentes espaços. Identifique quem valoriza os mesmos critérios que valoriza, peça feedback, procure fazer uma análise de campo de forças (pontos fortes e pontos fracos) de cada opção disponível. Pergunte aos filhos dos seus amigos o que mais gostam na escola que frequentam e o que menos gostam. As referências são essenciais.
5- Sente-se com o outro progenitor e identifiquem, em conjunto, critérios que consideram essenciais na escolha do sítio que querem que seja o espaço diário que mais horas seja frequentado pelo filho de ambos.
Querem um espaço com uma componente religiosa? Preferem um completamente laico? Têm preferência por uma determinada corrente pedagógica? Querem poder entrar livremente na escola dos vossos filhos sem restrições? Preferem um ambiente mais rígido em que os pais não tenham acesso aos espaços dos alunos e os entreguem e recolham num espaço comum vigiado? Fazem questão que a creche/jardim de infância tenha espaços exteriores e ao livre amplos para as crianças brincarem? Querem uma escola que valorize o brincar? Preferem uma que introduza a alfabetização? Preferem escolas que tenham continuidade para o primeiro ciclo de forma a que o grupo de colegas se acompanhe até à entrada no segundo ciclo? Quer uma escola de gestão pública? Prefere uma de gestão privada? Faz questão de um ambiente com poucos alunos por sala e uma escola mais "caseirinha"? A alimentação respeita aquilo que considera adequado? Há uma resposta diversificada em termos de actividades extra-curriculares? Os horários respondem às necessidades da vossa famílias?
Enfim, os critérios são pessoais e únicos e não há critérios mais acertados ou menos. Cada família é uma família, é importante que se mantenham fiéis àquilo que acreditam e ao contexto ambiental, social e valorativo onde querem que o vosso filho esteja integrado todos os dias.
Escolham com a cabeça mas, também, com a intuição.
Boa sorte!